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A super bomba que Israel tenta obter dos EUA para atingir o programa nuclear do Irã

Israel tem pressionado os Estados Unidos a autorizar o uso de uma arma extremamente poderosa — conhecida como Massive Ordnance Penetrator (MOP) — para atacar instalações nucleares subterrâneas do Irã. Até agora, no entanto, Washington tem evitado ceder esse armamento, considerado um dos mais letais do arsenal americano.

A MOP, também chamada de GBU-57, pesa cerca de 13,6 toneladas e foi projetada especificamente para destruir estruturas fortificadas no subsolo, como bunkers e complexos nucleares enterrados. Por conta de seu peso, ela só pode ser lançada por bombardeiros estratégicos B2, que apenas os EUA possuem.

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Por que a MOP é tão importante?

Analistas militares apontam que Israel já obteve avanços consideráveis ao tentar minar o programa nuclear iraniano, mas que seu sucesso depende diretamente do apoio logístico e militar dos EUA.

A principal preocupação está no complexo nuclear de Fordow, instalado dentro de uma montanha. As bombas antibunker atualmente disponíveis para Israel, como a GBU-31 ou a GBU-28, têm capacidade de perfurar até 6 metros de concreto. A MOP, por outro lado, pode penetrar até 60 metros — embora ainda esteja longe dos cerca de 800 metros de profundidade onde se acredita estarem os reatores iranianos.

Mesmo assim, especialistas afirmam que apenas uma arma com a força da MOP poderia causar danos significativos ao programa atômico iraniano.

Como a bomba funciona?

A MOP não possui sistema de propulsão: ela é lançada em queda livre a partir de grandes altitudes e guiada por aletas, atingindo alvos com alta precisão. Sua velocidade e massa permitem que perfure camadas densas de rocha e concreto antes de explodir.

Por ser extremamente pesada, apenas aviões como os B2 Spirit, dos EUA e Reino Unido, conseguem transportá-la. Segundo o Times, bombardeiros americanos foram recentemente deslocados para a base britânica em Diego Garcia, no Oceano Índico, mas usados apenas em missões contra alvos houthis no Iêmen — sem a presença da MOP.

Acredita-se que os EUA tenham produzido menos de 20 unidades dessa bomba.

Cresce a pressão sobre os EUA

O New York Times revelou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem insistido com o presidente Donald Trump para que os EUA compartilhem a MOP ou a utilizem diretamente em uma possível ofensiva contra o Irã.

Segundo a reportagem, o governo americano desenvolveu, nos últimos anos, um plano detalhado para destruir o complexo de Fordow utilizando múltiplas MOPs em sequência, lançadas no mesmo ponto para maximizar a penetração.

Ainda assim, Washington mantém a preferência por negociações diplomáticas com Teerã e evita confirmar qualquer intenção de ataque.

O que Israel quer com tudo isso?

Israel afirma que seu objetivo é impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Autoridades israelenses veem o programa atômico iraniano como uma ameaça existencial, e não descartam nenhuma opção para detê-lo.

A tensão na região aumentou após os recentes ataques de Israel contra alvos iranianos, seguidos por confrontos diretos. Em paralelo, o Irã tem revelado “cidades subterrâneas” de mísseis, aumentando a desconfiança de que parte de seu arsenal possa estar pronto para um eventual confronto direto.

O debate sobre o uso da MOP coloca em evidência o delicado equilíbrio entre pressões militares e negociações diplomáticas em meio a um dos conflitos mais complexos do cenário global atual.